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O Bindas’ Artistic Project é um universo de arte, Pintura, cerâmica, escultura, desenho gráfico e têxtil e mais.

O Bindas’ Artistic Project é um universo de arte, Pintura, cerâmica, escultura, desenho gráfico e têxtil e mais. Isso é o artista plástico Binda, o mais renomado da Província da Zambézia. ‘’Nas artes plásticas, sinto, sinto que sou multifacetado, porque todas as modalidades das artes plásticas são conexas, andam próximas uma das outras’’, diz a Indico.

 

A aposta na polivalência, explica, é uma maneira de alargar as possibilidades de comunicação com mais público, porque se exploram vários códigos de linguagem das artes. ‘’ Quem não entender meus murais, talvez me entenda na cerâmica, na escultura, no desenho têxtil que coloco nas capulanas ou na ilustração’’. Prossegue.

Num mundo que cada vez mais se confronta verbal e fisicamente, o léxico visual é uma opção crescentemente valida, principalmente quando transmite o amor e os valores de sociedades periféricas, arredadas dos grandes centros de decisão. ‘’Em algumas das minhas pinturas, faco um convite à humanidade para fazer amor e não a guerra, porque – até é repetitivo – a guerra é repetitivo – a guerra é destrutiva, é uma escolha demoníaca’’, afirma Binda.

O artista explora igualmente o folclore da Zambézia e de outros pontos de Moçambique, para vincar a ideia de que a tradição, sobretudo rural, é tao relevante quanto a modernidade. ‘’Se calhar, a resposta para alguns problemas do nosso tempo se possa encontrar na tradição, porque alguns aspectos da modernidade falharam’’ , refere.

Danças como o tufo e o nhambaro, mulheres entregues ao trabalho e à maternidade, pontuam as peças de pintura emolduradas nas paredes do escritório do artista.

Com 20 exposições colectivas e oito individuais, ‘’nos quadro pontos do mundo’’, diversas acções de formação e reconhecimento interno e internacional, Binda tem ‘’estrada’’ suficiente para deixar a pequena Quelimane e fazer carreira numa cidade maior ou fora do pais, mas não pensa nisso. ‘’ Estar aqui é tao digno e compensador como estar numa grande cidade como Maputo ou um pais mais evoluído em termo de indústria criativa. Estou bem aqui, ate porque sempre que a oportunidade se proporciona viajo para fora do pais’’, diz Binda.

Sobre o estado da arte na Zambézia, o artista diz que há muito talento e criação, mais faltam espaços para que os emergentes mostrem o seu trabalho.

Alem de ser um artista, Binda é também um entusiasta do ensino das artes, porque acredita que esta área cultural é um activo muito importante para a formação de uma personalidade sã e nobre. ’’Aos sábados, estou com uns 12 a15 miúdos a ensinar arte, porque a arte enriquece em todos os sentidos, da dimensão e valor a vida’’, explica.

O atelier, que é também a casa, do artista plastico Binda, é capaz de ser o sitio mais peculiar da estrada Nacional Numero 6, na cidade de Quelimane, provincia da Zambezia. Quando se pergunta por ele, todos na cidade dizem que é fácil chegar. ‘’Vais ver’’, assegura um transeunte. E, de facto, não tem nada que saber sobre o caminho e a galeria-casa.

O mural com figuras de cores garridas não engana. Exposta na relva a beira da estrada, vasos cobertos de toalhas vivamente pintadas e decoradas, numa ‘’viela’’ que leva a um escadote pelo qual se sobe ao piso onde esta o escritório do artista.

 

Fonte: ÍNDICO - Revista de Bordo da LAM / Janeiro - Fevereiro. Série IV. N° 47. 2018